Cresce o número de mulheres motociclistas 89,2%
As mulheres estão adotando cada vez mais a motocicleta como meio de locomoção.
![cresce número de mulheres motociclistas](https://www.mulheresdemoto.com.br/wp-content/uploads/2020/03/cresce-o-número-de-mulheres-motociclistas-no-Brasil-780x470.jpg)
O número de mulheres motociclistas cresceu, de acordo com dados do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) analisados pela Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares). Em 2011 havia 4.013.566 mulheres com habilitadas na categoria A, por outro lado, em 2019 esse número saltou para 7.594.452 mulheres, o que representa uma alta no número de mulheres motociclistas de 89,2% em oito anos.
De acordo com o estudo é que além do aumento no número de mulheres motociclistas, grande parte delas optaram por essa categoria após os 40 anos. Entre as mulheres com idade de 41 a 50 anos a alta nos últimos oito anos foi de 127%, passando de 572.039 em 2011, para 1.298.532 habilitadas em 2019.
Além disso, outra faixa etária que apresentou crescimento expressivo foi a de 51 a 60 anos. A alta observada foi de quase 232%, saltando de 146.273 (2011) para 485.379 habilitadas (2019).
Para Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo, os fatores que contribuem para essa alta são a praticidade da locomoção, os avanços tecnológicos e lançamentos de modelos mais atrativos para as mulheres. “As empresas entenderam que vale a pena investir nesse público que é fiel e exigente. Além disso, a motocicleta é muito mais econômica e tem baixo custo de manutenção. Ou seja, ela se torna um veículo prático e viável para o dia a dia”, diz.
Por outro lado Amanda Pagliari, criadora do site MulheresdeMoto.com.br, primeiro portal de notícias voltado para mulheres motociclistas no Brasil, destaca que crescimento de mulheres nas duas rodas pode ter a ver também com as redes sociais e grupos virtuais. “Desde que criei o site, em 2009, aumentou no número de mulheres motociclistas e acredito que as redes sociais contribuíram muito para isso, ao inspirar outras mulheres que se aventurar nas duas rodas.
![número de mulheres motociclistas cresce no Brasil. Mulher pilotando T100 Black Triumph](https://www.mulheresdemoto.com.br/wp-content/uploads/2020/03/mulheres-de-moto-cresce-1024x954.jpg)
Mais que um meio de transporte um estilo de vida
Um exemplo de escolha pela praticidade é da publicitária Tatiana Sapateiro, de 58 anos. Tatiana adquiriu uma Scooter há pouco mais de dois anos e usa para ir ao trabalho, supermercado e passeios. “Não suportava mais o trânsito da capital paulista. Levava cerca de uma hora e meia para ir de casa até o trabalho. Até que resolvi testar e nunca mais deixei a moto”, afirma Tatiana.
A paixão foi tanta que no ano passado ela criou a página “Mulheres de Scooter”, no Facebook. A ideia inicial era apenas fazer passeios. “Mas a coisa cresceu tanto que hoje trocamos ideias e dicas, principalmente para as novatas”, diz.
Praticidade de locomoção, economia e sensação de liberdade são alguns dos motivos pelos quais elas estão aderindo ao mundo das duas rodas. E, embora a preferência delas seja por “Scooter” e “Cub”, como mostrou pesquisa recente da Abraciclo, não se engane, elas também pilotam motões.
A secretária executiva Roberta Piero, de 52 anos, também é usuária de motocicleta e não abre mão de sua liberdade de ir e vir. Durante a semana ela usa um Scooter para ir ao trabalho mas, nos finais de semana curte viagens e passeio a bordo de uma motocicleta custom.
Roberta faz parte do “Ladies of the road”, grupo de mulheres motociclistas que se reúne para pegar a estrada. “Por onde passamos, é normal as pessoas ficarem olhando. O povo para, olha e até tira foto”, conta. Com cerca de 600 integrantes, o grupo completa 10 anos em julho.
Mulheres motociclistas também estão presentes no esporte
Além de ocupar o trânsito, o número de mulheres motociclistas em competições tem aumentado no Brasil. Um exemplo é a Bárbara Neves que em 2019 foi a primeira mulher a integrar o time oficial de competição Honda Racing.
“Não tenho dúvidas que o número de mulheres motociclistas vai crescer nos próximos anos, sonho com o dia no qual seremos 50%”, disse Amanda Pagliari.