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A primeira moto a gente nunca esquece

Dizem que o primeiro sutiã a gente nunca esquece. Será? Para as Mulheres de Moto, a PRIMEIRA MOTO a gente nunca esquece!

Este post é um mix de teste da moto com minha primeira experiência como motociclista. Falarei sobre os aspectos técnicos do scooter Lon-V Retro e também de como esta motinho fez parte do início de minha vida como motociclista durante 1 ano.

Quando tirei habilitação tipo A, aprendi em uma Honda CG, então passei a gostar desta moto, tão utilizada aqui em Sampa pelos motofretistas. Ela tem um preço acessível, é bonita, “pau para toda obra”, porém muito visada para roubo, além de ter um seguro muito caro. É uma ótima moto para começar, mas por influência de uma amiga que gosta muito de scooters, acabei considerando comprar um. Então eu tinha várias opções como iniciante, dentre elas a Suzuki Burgman, a Honda Lead e a Lon-V Retrô, que me pareciam as mais bonitas, leves, práticas e confiáveis.

A Retro teve seu auge entre 2010 e 2012, pois foi lançada na novela Avenida Brasil, em que a personagem Nina (a vilã) a utilizava para cima e para baixo para sair fazendo suas maldades por aí, rs. A motinho chamou atenção de muita gente, e desde então, as pessoas começaram a ligar para a produção da Globo para pedir o telefone da ScooterPlace, revendedora em São Paulo que a importa. O modelo é simplesmente muito bonito, com suas linhas arredondadas, diferente de todas do mesmo segmento.

E em um belo dia quando estava olhando o site desta loja, me deparo com a foto de uma linda moto usada. Na hora senti que ela seria minha. Fui buscar no mesmo dia. Impulso? Paixão? Dizem que você só compra uma moto utilizando sua emoção, pois se você racionalizar muito, acaba não comprando. As concessionárias deveriam aproveitar-se deste atributo de branding e atender melhor aos clientes que pisam na loja em busca da realização de seu sonho, mas isso pode ser dito em um capítulo a parte.

E assim começou minha aventura com a Nina (como batizei minha querida motinho branca). As pessoas já reconheciam a Nina de longe, se ela estava estacionada, é sinal que eu estava no lugar. Não tinha um farol que não parasse que os outros motocilistas não vinham perguntar onde eu havia a comprado, qual o modelo, de onde ela vinha, etc. Pois vamos lá: a Retro é do fabricante Lon-V, que é de uma marca chinesa chamada Benzhou. É importada em São Paulo pela Dafra, mas não possui nenhuma relação com a marca. Tem versões de 125cc e 150cc, as cores mais comuns são branca (creme), preta, vermelha, verde-claro e amarela. Ela tem um ótimo desempenho na cidade, para sair rapidamente do corredor de carros, mas não muito segura em curvas (devido ao aro muito pequeno) e para passar em buracos também não é muito boa. Ela tem linhas muito arrojadas, lembra muito o design da era espacial dos anos 50. O painel é simples, porém lindo (com detalhe em madeira), os freios são a tambor e disco e possui os dois modos de partida: elétrica e pedal. Eu ousei pegar a estrada (Serra de Santa Inês) com ela uma vez até Mairiporã, mas ela não passa dos 90km/h. Pelo menos eu tentei não forçar muito a “menina”, rs.

É uma ótima moto para se começar ou para quem já tem uma moto maior e deseja uma mais ágil para o dia-a-dia. Com ela, aprendi noções de peso, equilíbrio, controle, agilidade, entre outras experiências que adquiri e levei para minha moto atual, uma Suzuki Intruder. Fiz até um curso de pilotagem com ela em Interlagos, no qual raspei-a no asfalto com as curvas mais fechadas (por ela ser próxima do solo).

Do aspecto emocional, a Nina me proporcionou todas as aventuras que uma primeira moto pode proporcionar. Quando vendi ela, pensei em evoluir e ir para uma moto maior, mas fiquei com o coração partido. Parece que estava deixando para trás todas as novas amizades, aprendizados, emoções que vivi com ela. Ia com ela para cima e para baixo. Pegava ela em um domingo ensolarado e saía por aí sem destino. Comecei no meu bairro, depois fui alcançando outras vizinhanças e até outras cidades. Foi uma conquista pessoal muito grande. O novo dono dela até hoje me manda notícias da Nina. Fico feliz em saber que ela está sendo bem cuidada e quem sabe um dia eu encontre ela em algum farol por aí?

Dizem que as motos têm alma. Bobagem? Quem um dia teve uma primeira moto, sabe muito bem do que estou falando! 😉

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Lais Regina

Lais Regina (SP). Colunista deste portal, vocalista, consultora de branding, designer gráfico e blogueira do www.laisregina.com

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6 Comentários

  1. Oi Lais! Tudo bem? Você sabe me dizer quais os contras de comprar uma moto usada de outra cidade?Além de ter que reemplacar, se o processo é muito mais trabalhoso que comprar uma moto da mesma cidade?

  2. Olá, estou também querendo comprar uma dessa usada, pra ser minha primeira moto! Pergunto, quanto à manutenção e troca de peças, é fácil e barato? Acho q é minha única objeção! Obrigada pela atenção!

    1. Eu comprei uma igualzinha, já usada, mas não tive coragem de sentar e curtir a vida sob duas rodas. Uma frustração dos diabos. Está na minha garagem. Vira e mexe eu lavo a bichinha, mas o medo de rodar numa cidade de trânsito tão violento como SP nunca me deixou sair com ela. Paguei uns 5000,00. Mas vendo por 4000,00, com o capacete estiloso da mesma cor da moto.

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