Histórias Reais

Conheça a história de superação de Samara Monteiro

Conheça a história de superação de Samara Monteiro, mais conhecida como guerreirinha. A catarinense sofreu um acidente gravíssimo de moto, no qual perdeu a mãe, e atualmente luta todos os dias para se recuperar das sequelas do acidente.

 
Por Samara Monteiro
 

No dia 27/01/2013 eu e minha mãe acordamos cedo, e fomos pra casa que estávamos comprando pra fazer os últimos retoques. Naquele dia minha mãe me convidou pra ir almoçar na minha vó. Todo domingo pegávamos a moto (Zig 100 da Dafra) e íamos almoçar a passar a tarde lá. Moramos numa cidade litorânea, e pra chegar na casa da minha vó, que é interior tínhamos que pegar a BR 101, dá 5 minutos de BR.

Falei pra ela que não estava afim de sair de casa naquele dia, tava muito quente e eu tava pra baixo, meia triste. Seria intuição?
Minha mãe insistiu e pra ela não ir sozinha eu me arrumei e fui junto.

Sai pilotando a moto, e fui com o capacete mais apertado. Como eu tinha 16 anos, era verão e corria risco da policia estar esperando no próximo viaduto, ela pediu a moto e eu dei. Nisso, fui olhando para atrás pra ver se dava para pegar a a pista, mas vinham muitos carros, e eu, como de costume desde pequena, dei tchau pra um caminhoneiro que passava com uma carreta gigante. E em menos de 1 minuto que tinha dado minha moto pra ela, passamos por uma tartaruga de sinalização.

A moto pulou e na hora gritei ”NÃO MÃE” e joguei meu corpo tentando leva-lo pra fora da pista, mas não tive sorte, minha mãe acabou puxando a moto pra pista rápida da BR que estava lotada naquela manhã de domingo em pleno Janeiro. Naquele momento senti meu corpo ser jogado no asfalto e algo enorme me pegar, era um carro, ele me arrastou e por sorte no momento ele começou a frear. Senti meu capacete se desfazer no asfalto e ouvi também o freio do carro pertinho da minha cabeça.

O carro parou, e eu fiquei presa debaixo dele, meu rosto queimava, então coloquei minha mão esquerda pra ver se tava muito quente o fundo do carro, tentei levantar o braço direito mas ele caiu, fratura, então com o braço esquerdo tirei o capacete, sabia que não podia fazer aquilo, mas meu rosto queimava horrores. Parei para olhar em volta, e muita gente gritava.

“Calma moça, já vamos te tirar dai”. Olhei para os dois lados, havia muita gente, meu rosto pingava de tanto sangue, olhei pra baixo, minha perna esquerda estava dobrada em cima de mim. No momento não me desesperei, mas meu pé começou a queimar pois tava prensado entre meu corpo e o carro, na hora não fiz nada mais do que gritar desesperadamente por socorro, eu dizia ”SOCORRO MEU PÉ TA QUEIMANDO, ME TIRA DAQUI PELO AMOR DE DEUS”. Logo colocaram o macaco, ergueram um pouco o carro e já deu uma aliviada, os homens se reuniram e ergueram o braço, tinha um médico la que viu o acidente todo e me deu os primeiros socorros. Ele me manteve calma todo aquele momento, segurou minha cabeça pra evitar algo pior, e eu agradecendo muito ele dizendo que ele era um anjo que Deus colocou na minha vida, eu não vi o rosto dele muito bem, pois o sol estava muito forte, e naquele momento olhei pra baixo e vi minha mãe deitada bem quietinha, então pensei que estava tudo bem.

Daqui a pouco chegou a ambulância, meu pai veio correndo e perguntou se minha cabeça estava boa, respondi que sim, e ele perguntou se eu tinha me machucado, não sabendo da minha situação respondi que não. Uma prima minha, que chegou logo depois, foi comigo até o hospital e ficou me esperando esperando.

Nisso exames e mais exames, tirar meu lábio grudado do aparelho e ficar deitada naquela maca rígida tremendo do nervoso e frio, tanto que dava de ouvir o barulho dos ferros da cama.

Meu acidente aconteceu no dia 27 de Janeiro de 2013 as 11:30 da manhã. na cidade de Barra Velha – SC.
No dia 28 de Janeiro minha mãe completava 37 anos.
No dia 29 de Janeiro eu fazia 17 anos.
 

O dia seguinte. Notícia do falecimento da minha mãe.

samara monteiro_2Minha cirurgia durou 6 horas e meia. Acordei naquela madrugada e me vi toda enfaixada uma tala no braço direito, faixa até no ombro nos dois braços, ponto no rosto, faixa na cintura, no peito, nas panturrilhas, pé esquerdo, calcanhar direito, mão direita cheia de pontos nos dedos, e um fixador na cintura, sim, ele era enorme, e me assustou muito ver ele saindo da minha pele.

Logo as enfermeiras vieram conversar comigo e me perguntaram se sentia vontade de vomitar, falei que estava tudo bem. Eu estava tentando entender o que tinha acontecido comigo pra estar daquela forma, toda machucada e quebrada.

A madrugada toda eu tentava dormir, mas a máscara de oxigênio caia e me impedia de respirar. A moça disse que perdi muito sangue no acidente por conta de um corte profundo junto com meu machucado da cintura. O médico disse que o corte foi tão profundo que quase tive hemorragia interna. Mas graças a Deus não foi pior.

Então faltava oxigênio no cérebro, e eu precisava ficar respirando no oxigênio se não o aparelhinho apitava sem parar, e as moças me acordavam pra eu colocar de novo.

Só sei que vomitei porque tinha comido de manhã e  dormi, dormi o resto da noite toda. Ao acordar eu pedi pra que me colocassem do lado que tinha tv, e então eles me colocaram lá. Tinha outras pessoas muito quebradas, com fixadores, sondas… Comi uma sopa no copinho descartável e bebi um suco natural.

Dali a pouco entra um senhor de jaleco branco, com ele estavam meu pai e minha madrasta com uma roupa especial pra poder entrar. Vieram até minha maca e o senhor disse:  “Oi bom dia, me chamo Alexandre sou seu Psicólogo, esse é seu pai e sua madrasta. Eles querem conversar com vc.”

Meu pai perguntou se tava tudo bem comigo, e eu disse que sim. Então eu perguntei se tava tudo bem com a mãe. E o pai falou que não, que ela não aguentou e morreu.

Na hora chorei muito, chorei alto. Mas logo parei e perguntei se ela tinha sentido dor, porque era essa minha maior preocupação, se ela tinha sentido alguma dor ou partiu tranquila. Ele disse que não, e isso me acalmou muito.

Então o dia seguiu e eu fui pro quarto, lá conheci enfermeiros novos, que até hoje são meus amigos, recebi muitas visitas, sorri chorei e os dias foram se passando…

Uma prima minha me lembrou que a primeira coisa que perguntei quando ela chegou no quarto (ela foi uma das primeiras a chegar) Foi se minha mãe já tinha ido embora. (enterrada) Quando ela me disse isso fiquei em choque…

Acompanhe a recuperação de Samara Monteiro em seu blog: pipoguerreirinha.blogspot.com.br

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Amanda Pagliari

Desde 2009, primeiro portal brasileiro a abordar a abordar o mundo do motociclismo para mulheres. https://www.instagram.com/amanda.pagliari/

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4 Comentários

  1. Uma farsa bem montada pra chamar atenção dos desavisados e de bom coração. Hoje a guria não tá nem aí pra moto e usa esse acidente pra atrair os holofotes. Eu fui um dos enganados.

  2. Já basta!! Quando isso vai parar? Quanto mais famílias vão chorar, com essa aproveitadora. Aproveitar a bondade das pessoas pra dar Golpes? Só tendo um coração totalmente frio.

  3. A pistoleira de Barra Velha que adora pessoas comprometidas aproveita da carência e usa sua lábia para conseguir suas presas. Seu grande interesse de se dar bem na vida custe o que custar.

  4. De ficar apavorada…Não se deve dar moral para este tipo de pessoa,que vive de golpes e fakes…Ainda fica chato ser confundida com uma mulher motociclista, vai que pensam que todas são assim né, fica até feio.

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