Quando iniciei minha vida como motociclista eram raras as mulheres que se arriscavam a entrar no mundo das duas rodas, as poucas que eram vistas andavam apenas na garupa. Os tempos mudaram e o que vemos hoje em dia pelas ruas é um número expressivo de garotas motociclistas.
Ao longo dos anos as mulheres têm se tornado cada vez mais independentes, inclusive financeiramente. E no mundo do motociclismo não é diferente, ainda que o número de homens seja maior, a cada dia vemos mais e mais mulheres comandando o guidão das suas próprias motocicletas.
Elas viram na motocicleta o veículo perfeito para atender suas necessidades de transporte até o trabalho, faculdade, casa das amigas, shopping e tantos outros lugares mais. E o melhor de tudo, com rapidez e agilidade.
As mulheres cansaram de depender do transporte coletivo ou até mesmo de seus maridos, namorados, pais e irmãos para levá-las para algum lugar. Este foi o grito silenciado de liberdade que acabaram de conquistar.
O mercado, de olho em tudo isso, começou a se mexer. Pois o público feminino é um nicho pouco explorado e com grande possibilidade de lucro. Pois, é claro que essas mulheres estariam dispostas a pagar para ter as facilidades e comodidades que uma motocicleta proporciona.
Desde novos modelos de motocicletas com design diferenciado, com novas cores e grafismos, até produtos, serviços e campanhas desenvolvidos especialmente para essa nova mulher, a mulher motociclista. Agora, vista como formadora de opinião e responsável pela decisão de compra de motocicletas.
Desde as pequenas scooters às estupidas esportivas, a mulher se faz presente em todas as categorias. Inclusive participando de competições importantes no país e dando trabalho a muitos marmanjos como é o caso da piloto Sabrina Paiuta, que participa com destaque do mais importante campeonato de moto velocidade do Brasil.
E o que eu penso disso? Eu amo todo esse movimento que vem acontecendo. Você está em sua moto esperando o sinal abrir e para uma moto ao seu lado, instantaneamente você sente o perfume que adocica o ar e por um instante esquecemos desse trânsito caótico e estressante, e é claro que o motociclista que acabou de parar ao seu lado é uma mulher.
A mulher enche de charme as ruas e avenidas por onde passa. Quem vive sobre duas rodas tem uma percepção diferente do mundo e da vida. É independente, tem valores diferenciados que priorizam a liberdade, a aventura, gosta da natureza pois em sua moto faz parte dela.
É por isso que amo as mulheres motociclistas.
