Das nove motos alinhadas no grid da categoria de 500cc na Copa Pirelli que foi realizada em Interlagos no domingo (05), quatro eram pilotadas por mulheres e todas subiram ao pódio. Mesmo ainda sendo minoria, elas têm se destacado pelo foco, coragem e determinação que mostram diante das dificuldades encontradas pelo caminho. Um bom exemplo é o da piloto Samantha Trindade (#7) da WR Racing que conseguiu realizar apenas os dois últimos treinos classificatórios realizados no sábado a tarde e venceu a corrida.
O grid estava composto por 36 motos das categorias Ninja 300, R3 e CBR 500R, Samantha largou na 16ª posição do grid e aos poucos foi ganhando posições. Nas voltas finais quando já estava entre os 10 primeiros colocados na geral, a piloto contou com um incidente envolvendo seu principal adversário, Lucas Alvarenga, que perdeu mais de 10 posições logo no início da corrida. Samantha conquistou o título da categoria Light na temporada 2017 da Copa Pirelli.
Após realizar alguns ajustes na moto da filha, Haroldo Rocha comemora mais dois títulos conquistados pela MaFe (#22) da Moretti Racing, que disputou nas categorias Team e Pró conquistando o 2º e 4º lugares respectivamente. Baixando tempo a cada volta a piloto está de parabéns pela sua coragem de alinhar num grid lotado e conseguir um ótimo resultado. “Estou muito feliz com o resultado, pois agora com os ajustes que fizemos a Mafe está se adaptando muito mais com a moto e até já consegue raspar o joelho no chão, ela está mais a vontade com a moto e sentindo muito mais segurança”, disse Haroldo sentindo-se orgulhoso da filha. Quem pode acompanhar de perto percebeu a nítida melhora na posição de pilotagem da pequena Mafe que vem em processo de evolução contínua desde sua chegada ao Superbike na Honda Junior Cup. Ainda na categoria 500cc a piloto Linda Raad (#23) também da Moretti Racing, conquistou o 4º lugar na categoria Light.
A piloto Márcia Reis (#97) que disputou na categoria Pró pela Motonil Motors teve alguns problemas com o ajuste da moto e mesmo assim conquistou um belíssimo 5º lugar, seu primeiro título na categoria. “Fiquei seis meses fora do Campeonato e sem andar com a moto, depois participei das 100 milhas com a Indy e a moto estava ajustada pra ela, mesmo assim consegui concluir a prova com êxito, estou feliz pela conquista, pois nunca havia subido ao pódio com os ‘feras’ da Pró”, disse a piloto que pela primeira vez participou da Copa Pirelli e este ano vai disputar no Superbike pela Equipe Motonil Motors.
Márcia Reis ainda expressa grande satisfação em ver que quase metade do grid da 500cc está composto por mulheres e diz que continuará trabalhando em seu projeto #VEMPRAPISTAMULHERADA e que vem novidade pela frente na intenção de aumentar cada vez mais a presença feminina nas pistas, tanto na motovelocidade quanto no Supermoto.
Não podemos esquecer também a piloto Sarah Conessa (#35) da Cerciari Racing que também estava no mesmo grid só que na categoria Yamaha R3, a piloto não teve a sorte de concluir a prova e na 5ª volta teve um incidente que a tirou da competição. Mas como diz o ditado popular: “quem está na chuva é para se molhar”, e mesmo com hematomas no rosto causados pelo forte impacto ao solo, Sarinha não perdeu o bom humor e já está se preparando para a primeira etapa do Superbike que começa em abril.
Nas categorias de 600 e 1000cc infelizmente para a temporada 2017 não temos nenhum nome feminino confirmado até o momento. A situação atual do país, a falta de incentivo ao esporte entre outros fatores fez com que perdêssemos alguns grandes nomes femininos do esporte como Samara Andrade e Sabrina Paiuta.
Por enquanto vamos continuar torcendo por essas guerreiras, e para que cada vez o grid fique “cor de rosa”. A primeira etapa do Superbike acontecerá de 21 a 23 de abril em Interlagos e você poderá torcer por elas de pertinho, pois a maioria das etapas acontecerão em São Paulo, confira o calendário:
